Perfizeram-se hoje seis meses sobre a data em quer Vladimir Putin deu ordem às suas tropas para avançarem sobre Kiev e muitos jornais europeus evocaram esse triste acontecimento nas suas edições de hoje. Passaram-se seis meses e a Ucrânia resistiu, unida e determinada, o que causou a admiração do mundo. Os ucranianos esqueceram as suas rivalidades e as suas diferenças e uniram-se perante a guerra.
É esse o título que o jornal francês La Croix escolheu para a sua edição de hoje.
Porém, os títulos e as imagens escolhidas pela generalidade da imprensa servem para todos os gostos, mas nenhum deles se atreve a prever o que vai acontecer no terreno nas próximas semanas, isto é, se a contraofensiva ucraniana tem algum sucesso ou, se pelo contrário, a ofensiva russa consegue consolidar as suas posições. No que respeita aos efeitos desta guerra sobre a economia europeia e sobre as posições das opiniões públicas, alguns jornais destacam que a Europa se aproxima da recessão, com o euro a desvalorizar-se face ao dólar, com a quebra da economia alemã, com o aumento do preço do gás, com os efeitos da seca e, ainda, com a imprevisibilidade das eleições italianas.
A Ucrânia parece resistir aos ataques russos e a Rússia não mostra interesse em negociar. Nem o Papa, nem Guterres, nem Erdogan, conseguem quaisquer avanços para que as partes se sentem à mesa das negociações. Ambos apostam na derrota do seu opositor e, por isso, o solo ucraniano parece um gigantesco paiol de armamento. É cada vez mais evidente que a saída para este conflito e para o fim da tragédia que está a arrasar o povo ucraniano, passa por soluções políticas e diplomáticas, onde deverão ser discutidas e arbitradas as questões em disputa.
Há cada vez mais o receio de estarmos perante um longo conflito de grande desgaste e todos estamos sujeitos às suas incertezas. Tal como nas guerras em que Portugal esteve envolvido na década de 1960 do século XX, a solução destas guerras é política e não militar.
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