No passado
fim-de-semana teve início a Premier League 22/23 na Ucrânia, em que participam
16 equipas, algumas das quais com nomes que incluem palavras que nos são
familiares nos últimos meses. Assim acontece com as equipas do FC Dynamo Kyiv,
Shakhtar Donestsk, Zorya Luhansk, FC Metalist Kharkiv, FC Lviv, SC Dnipro ou Chornomorets
Odesa, entre outras. Com a sua iniciativa de começar o seu campeonato de
futebol, as autoridades ucranianas procuram restabelecer alguma normalidade na
sua vida com o regresso do futebol, apesar de não ter público e ter abrigos em
todos os estádios para prevenir qualquer acção ofensiva russa.
Isto faz-me
lembrar os Jogos Olímpicos da Antiguidade que se realizavam em Olímpia, na
Grécia Antiga, em honra de Zeus. Quando os Jogos se disputavam, havia arautos
que anunciavam a realização dos Jogos e espalhavam pelo país um convite aos
atletas e aos espectadores para que neles participassem. Esses arautos também
anunciavam uma trégua sagrada, que proibia a guerra durante a realização das
Olímpiadas, com o objectivo de assegurar a protecção dos atletas e dos
espectadores nas suas deslocações entre as suas terras e Olímpia. Era a
celebração da paz num mundo em guerra.
É uma pena que
este exemplo não inspire o mundo moderno e que o futebol na Ucrânia não
assegure uma trégua e, depois da trégua, a paz.
O jornal
espanhol ABC publicou a fotografia do autocarro do Shakhtar Donestsk
Football Club a caminho do estádio num cenário de edifícios destruídos e
escreveu: vuelve la liga, sigue la guerra.
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