É demais! As
contradições e as mentiras dos nossos governantes são constantes e cada vez há
menos paciência para aturar esta gente, que diz e se desdiz, que se revela
ignorante e inexperiente, que é forte para com os fracos e fraca perante os
fortes, que ainda não percebeu para quem governa e que tem uma chocante
insensibilidade social. O servilismo e o seguidismo com que seguem a troika e os seus funcionários,
transtornou-os e, objectivamente, andam perdidos e desorientados.
Aqui há dias o
nosso primeiro, esquecendo tudo o que prometeu, anunciou mais uma taxa sobre as
pensões e a dispensa de trinta mil funcionários públicos, através de rescisões
por mútuo acordo e, repetiu, por mútuo acordo. Depois veio o jovem Rosalino acrescentar
mais informação sobre a redução retrospectiva e um corte médio de 10% nas pensões,
mas também sobre a redução de 100 mil funcionários públicos até ao fim da legislatura.
Que grande Rosalino! Seguiu-se o ministro Portas a afirmar, peremptoriamente,
que o corte de 3,5% nas pensões “é a fronteira que não pode deixar passar”,
porque “não queremos uma espécie de cisma grisalho”. Porém, poucos dias depois,
meteu a viola no saco, tirou a máscara e aceitou a taxa de 10% sobre as pensões.
O comentador Professor
Marcelo foi muito claro ontem ao afirmar que “as pessoas já não levam a sério”
o primeiro-ministro, enquanto à mesma hora o comentador Sócrates dizia que “a
credibilidade de Paulo Portas ficou arrasada”. Quem sou eu para não lhes dar toda a razão? E o que faz o homem do leme?
Na realidade, bem
pior do que a crise por que passamos, é termos gente desta a governar-nos.
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