Ontem foi
largamente noticiado que Roman Arkadyevich Abramovich, o dono do Chelsea
Football Club que é um dos mais populares clubes do futebol londrino, tinha
despedido o português José Mourinho, o treinador da sua equipa de futebol.
Naturalmente que
se trata de um acontecimento relevante e por isso é uma notícia, embora eu
tivesse ficado surpreendido com a sua inesperada dimensão, isto é, Mourinho é
apenas um treinador de futebol e, ao contrário de tantos outras personalidades,
a sua acção pouco tem acrescentado para o progresso da Humanidade ou para a paz
no mundo.
A primeira coisa
que chama a atenção é o facto de se tratar de uma notícia quase universal, pois
são inúmeros os jornais que, um pouco por todo o planeta, colocam a fotografia
de Mourinho na sua primeira página. No caso da Inglaterra, da Espanha e de
Portugal, a notícia do despedimento de Mourinho é ilustrada com uma fotografia
e é mesmo a principal notícia em muitos jornais. O diário londrino The
Guardian é apenas um deles.
Outro aspecto
interessante do despedimento do treinador português é saber-se se foi por mútuo
acordo ou se foi um despedimento litigioso. Segundo foi divulgado, tratou-se do
fim do contrato por mútuo acordo e Mourinho vai ser indemnizado. Porém, enquanto
alguns jornais ingleses referem que Mourinho vai receber uma indemnização de 10
milhões de libras, o The Sun aponta
para 18 milhões. Porém, nenhuma imprensa se interessa tanto pelo assunto como a
imprensa portuguesa que, sem excepção, trata de apresentar números para todos
os gostos, registando valores de 18, 16, 13½, 13 e 10 milhões, sem especificar
a moeda. Tem havido milhões de despedimentos e há milhões de desempregados na
Europa, mas nenhum deles tem a conta bancária de Mourinho, apenas porque ele sabe
cuidar de si.
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