O complexo processo eleitoral indiano
arrancou ontem e vai desenvolver-se até ao dia 1 de junho, tendo como favorito
à vitória final o Bharatiya Janata Party ou BJP, o partido de Narendra Modi, o
actual chefe do Governo. Serão quase 970 milhões de eleitores que irão escolher
os 543 membros do Lok Shaba, a câmara baixa do parlamento indiano, que depois
escolherá o primeiro-ministro para os próximos cinco anos. Há dez anos no
poder, o primeiro-ministro Modi lidera com mão de ferro o BJP, com o apoio de
um poderoso braço político-militar que é o Rashtriya Swayamsevak Sangh ou RSS,
um grupo paramilitar nacionalista hindu, com características extremistas de
direita.
O autoritarismo é, provavelmente, a marca mais relevante da política
de Modi e tem sido utilizada na repressão dos movimentos dos pequenos
agricultores, nos ataques à liberdade de expressão e ao jornalismo
independente, mas também na afirmação do sectarismo religioso hindu.
Segundo relata hoje o jornal The New Indian Express, que insere um
anúncio de primeira página em que Narendra Modi apela ao voto, na sua campanha
eleitoral ele atacou os seus adversários por não terem liderança nem visão de
futuro, denunciando a influência “de várias pessoas grandes e poderosas, tanto
a nível nacional como internacional, que deram as mãos para o destituir do seu
cargo”. Porém, o RSS e os seus grupos paramilitares radicais e que actuam com evidente
protecção do poder do BJP e de Narendra Modi, têm conduzido acções de grande
violência contra mesquitas e igrejas, que as grandes potências tendem a ignorar
pois o que lhes interessa é o liberalismo económico indiano e os grandes
negócios de armamento.
Os católicos de Goa, um dos 28 estados da Índia,
têm vivido com muita preocupação a permanente ameaça que constitui o RSS,
sobretudo nesta fase em que são mobilizados pelo processo eleitoral.
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