O encontro de
Lviv entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o secretário-geral das
Nações Unidas António Guterres e e o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdoğan foi um grande acontecimento político
e um passo no sentido de ser encontrada uma solução política para o conflito que
se arrasta há cerca de seis meses e que está a destruir a Ucrânia e a transtornar
o mundo. O encontro é, em si mesmo, uma boa notícia, pois representa a vontade
de encontrar a paz, com Erdoğan e Guterres a quererem replicar o acordo de
exportação de cereais para um acordo mais geral que conduza a um cessar-fogo e
a negociações, pois a via militar revela-se cada vez mais como uma não-solução.
A lógica do desgaste ou da humilhação do adversário, bem como a vontade de
derrotar o agressor ou o provocador, não fazem qualquer sentido perante a
enorme tragédia a que assistimos diariamente e dos riscos do conflito se poder
internacionalizar ainda mais do que já está, com armamentos e combatentes de
tão diferentes origens.
É
por isso que, com o apoio de Guterres, Erdoğan terá oferecido a sua mediação
para um encontro entre os líderes russo e ucraniano e proposto um cessar-fogo
na Ucrânia, mas Zelensky terá posto como primeira condição que os russos
abandonem os territórios ocupados, o que significa que não será fácil sair
deste imbroglio. Como hoje assinalava um jornal português, o presidente Volodymyr Zelensky desafinou ao ouvir os cânticos de paz de
Erdoğan e de Guterres, até porque o seu nacionalismo e a sua determinação
parecem ser estimulados ou dirigidos por Washington e Londres.
Há
que reconhecer os esforços de Erdoğan e Guterres e esperar que não desistam,
mas aqueles que querem a paz parece que ainda têm muito que esperar.
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