sábado, 19 de outubro de 2019

O caos tomou conta da cidade de Santiago

O Chile é um país sul-americano cujo território ocupa uma extensa e estreita faixa entre a cordilheira dos Andes e o oceano Pacífico, estendendo-se ao longo de mais de 6.000 quilómetros. Tem cerca de 18 milhões de habitantes e, a partir dos seus indicadores económicos e sociais, designadamente o índice de desenvolvimento humano, o rendimento per capita, a qualidade de vida, a percepção de corrupção e o índice de pobreza, é considerado o país mais desenvolvido da América Latina.
A sua capital é a cidade de Santiago que, segundo informa a promoção turística, é uma cidade moderna, tem ares europeus mas exibe a diversidade latino-americana. Pois foi nesta cidade que, após vários dias de protesto contra o aumento do preço unitário dos bilhetes do Metropolitano que passaram de 800 para 830 pesos, isto é, um aumento de 3,75%, que ontem aconteceram graves distúrbios a lembrar o que está a acontecer em Barcelona, embora com motivações bem diferentes.
Ontem, milhares de pessoas, especialmente estudantes do ensino médio e universitário, forçaram a entrada nas estações do metropolitano sem pagar, destruíram tudo o que puderam e enfrentaram a polícia. A administração do metropolitano, que transporta diariamente quase 3 milhões de pessoas, decidiu encerrar as estações, o que originou o colapso do principal sistema de transporte urbano. Depois instalou-se o caos por toda a cidade, com a vandalização de 41 estações do metropolitano, a destruição de montras, o incêndio de automóveis e de contentores e até de edifícios. Nesta situação, o presidente Sebastián Piñera decretou o estado de emergência na área metropolitana de Santiago, enquanto foram detidos 308 manifestantes.
Naturalmente que o aumento de 3,75% no preço dos bilhetes do metropolitano é apenas um pretexto para o desafio da ordem democrática estabelecida e um sinal de insatisfação, a que se associaram elementos mais radicais apenas interessados na vandalização do património e na criação de condições de intranquilidade.
Paris, Hong Kong, Barcelona e, agora, Santiago, são meras coincidências ou são sinais dos novos tempos que se aproximam?

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