A discussão do
Orçamento do Estado para 2022 decorreu ontem na Assembleia da República e
revelou que a votação que hoje se vai realizar será desfavorável ao governo.
Quando existem
inúmeros problemas económicos e sociais para serem resolvidos e é necessária a
recuperação da actividade económica que tanto foi afectada pela crise
pandémica, o país vai envolver-se em campanhas eleitorais e em eleições
antecipadas, que muito dinheiro vão custar, que muitas energias vão consumir e
que talvez nada resolvam. Num tempo em que as alternativas políticas ainda
estão por constituir, o chamado interesse nacional cede a interesses partidários,
corporativos ou até demagógicos, enquanto às ideias de unidade nacional e de
bem comum se sobrepõem as visões egoístas de algumas minorias. Na sua edição de
hoje o diário espanhol El País destaca a situação política
em Portugal e publica uma fotografia do primeiro-ministro António Costa e diz
que “el Gobierno de izquierdas se tambalea en Portugal”. Esta notícia mostra
como existe alguma apreensão por aquilo que se passa em Portugal.
Depois da
intervenção da troika que, para nossa
humilhação, esteve em Portugal entre 2011 e 2014, o país conseguiu recuperar o
crédito e o prestígio internacionais, com estabilidade política e social,
contas certas e com a retoma da convergência europeia e, por vezes, o país
chegou mesmo a ser considerado como um modelo à escala europeia.
Porém, a crise
pandémica perturbou este ciclo e agora, quando haveria que unir forças para
voltar ao caminho, estão a ser aproveitados os percalços que tem havido nesta
caminhada e todos teremos que esperar até que as prováveis eleições antecipadas
resolvam a situação. O governo terá o apoio de 108 deputados do Partido
Socialista e alguns mais, mas não chegarão aos necessários 116 que constituem a
maioria dos 230 deputados do Parlamento. Portanto…
Uma vitória de Pirro, mais que certo, a que a cegueira partidária conduz.
ResponderEliminarE o pior é que vamos sofrer todos.