A noção de bom
tempo está sempre relacionada com a ocorrência de dias solarengos com altas
temperaturas, mas muitas vezes são esquecidos os efeitos que este bom tempo
produz quando acontece fora de tempo e fora de lugar. É o que está a acontecer em
muitas regiões de Espanha onde, segundo revela hoje o diário ABC,
se está a viver o quinquénio mais quente da história espanhola, originando que
as barragens estejam a níveis de 20% da sua capacidade, que haja ondas de incêndios
devastadores, que sejam feitos cortes no abastecimento de água e se verifiquem perdas
milionárias nos campos e nas explorações agrícolas devido à seca. O mês de Outubro foi uma
verdadeira anomalia meteorológica e em algumas cidades como Salamanca, Cáceres
e Ourense, jamais se tinham verificado temperaturas tão altas com os
termómetros a alcançarem valores da ordem dos 35º C. Estas altas temperaturas
associadas à falta de chuvas, têm agravado a situação espanhola que é
classificada como uma situação grave de seca.
Naturalmente, a
situação descrita hoje na reportagem do ABC, também se está a verificar em Portugal.
O IPMA anunciou
que o mês de Setembro foi “extremamente quente” e que, em finais do mês, cerca
de 81% do território continental estava em seca severa, 7,4% em seca extrema,
10,7% em seca moderada e 0,8% em seca fraca. Significa que a conjugação de
valores da precipitação inferiores ao normal com valores da temperatura do ar
muito superiores ao normal, deu origem em Portugal aos mesmos problemas que se
verificaram em Espanha, com seca severa, incêndios devastadores, escassez de
água nas barragens, racionamento na utilização da água e pouca humidade no
solo.
O problema é muito grave e só é lamentável que seja aproveitado por alguns para a luta política.
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