terça-feira, 16 de dezembro de 2025

A tragédia australiana de Bondi Beach

Em Bondi Beach, a praia mais conhecida de Sydney, dois homens armados com espingardas atiraram de forma indiscriminada sobre a multidão de várias centenas de pessoas que participava numa das mais importantes celebrações judaicas. Era domingo, a praia estava cheia e, naturalmente, gerou-se o pânico e aconteceram actos de terror, como anunciou a edição de ontem do jornal The Camberra Times. Naquelas dramáticas circunstâncias, um homem chamado Ahmed al Ahmed, de 43 anos de idade e dono de uma frutaria em Caringbah South, aproximou-se de um dos atiradores e, com notável sangue-frio e muita coragem, conseguiu imobilizá-lo e desarmá-lo, evitando dessa forma que houvessem muito mais vítimas, para além dos 16 mortos e 40 feridos que a tragédia provocou. Esta acção de Ahmed al Ahmed foi filmada por vários moradores e isso fez com que fosse considerado um “herói genuino”. 
O trágico incidente emocionou a Austrália e, embora tenha acontecido a cerca de 18.000 quilómetros de distância, também foi notícia em Portugal, por se tratar de mais um acto de extrema barbaridade, como muitos outros que parecem estar a aumentar no mundo, pelas mais diversas razões.
Neste caso de Sydney há duas singularidades: a primeira foi o facto de ter sido a atitude corajosa de um árabe, emigrante sírio, que poupou muitas vidas de elementos da comunidade judaica de Sydney, enquanto a segunda mostra que “quem semeia ventos colhe tempestades”, ou que há muita gente no mundo que não esquece a violência e a crueldade do regime extremista de Netanyahu, que destruiu Gaza, que matou milhares de palestinianos inocentes e que atacou os árabes do Líbano e da Síria.
A tragédia de Bondi Beach deve ser repudiada universalmente, embora a retaliação seja uma arma que todos usam.

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