Realizou-se ontem
nos estaleiros Palmás em Punta Umbría, nas vizinhanças da cidade de Huelva, o
lançamento à água de uma réplica da nau Victoria,
isto é, da única das cinco naus da frota de Fernão de Magalhães que tendo
partido de Sanlúcar de Barrameda em 1519 conseguiu terminar a volta ao mundo em
1522, então com Juan Sebastian de Elcano no comando. A nau Victoria demorou 3 anos e 14 dias a percorrer cerca de 37.753
milhas e a completar a sua viagem de circumnavegação e, quando chegou ao fim dessa
histórica viagem, trazia a bordo apenas 18 homens.
Esta réplica é a
segunda que se constrói, mas enquanto a primeira foi construída em 1991 para
navegar em 1992 durante as Comemorações da Viagem de Cristóvão Colombo, esta
nova réplica que foi baptizada como Victoria
500, não foi concebida para sulcar os mares mas apenas para servir como um
museu flutuante atracado em Sevilha para celebrar a primeira volta ao mundo. A
nau Victoria simboliza esse feito
marítimo e científico que foi a viagem de circumnavegação e é pena que em
Portugal não se tenha uma iniciativa semelhante que servisse para mostrar aos
milhões de turistas que nos visitam um pouco do nosso pioneirismo na abertura
do mundo que, naturalmente, teve grandes benefícios para a Humanidade, embora
também tivesse outras coisas menos boas. O Diário de Sevilla deu um grande destaque a esta notícia, tal como a generalidade dos jornais da Andaluzia.
Agora que já se
iniciaram as obras de integração da antiga Doca da Marinha na paisagem marítima
da cidade de Lisboa, que bem que ali ficaria a última nau da Índia, bem
conservada e bem iluminada, em vez de estar escondida em Cacilhas onde poucos a
vêm.
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