sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

O projecto de reunificação das Irlandas


A saída do Reino Unido da União Europeia que se concretizou há duas semanas continua a causar apreensões, sobretudo em relação à unidade do Reino Unido. Em primeiro lugar está a Escócia, onde a primeira-ministra Nicola Sturgeon reclama a realização de um referendo para a independência, porque Boris Johnson não estava mandatado pelos escoceses para tirar o seu país da União Europeia. Em segundo lugar está a Irlanda do Norte onde o Sinn Féin, o centenário partido nacionalista irlandês liderado por Mary Lou McDonald, venceu pela primeira vez as eleições legislativas realizadas no passado sábado, com um programa que defende a unificação da Irlanda e a realização de um referendo para a unificação das Irlandas num prazo de cinco anos.
Nestas questões, a História está sempre presente. A República da Irlanda conquistou a independência em 1922 e fixou a sua capital em Dublin, mas dos 32 condados que existiam na ilha, houve seis que preferiram ficar ligados à Grã-Bretanha e formaram a Irlanda do Norte, com a sua capital em Belfast.
A Irlanda do Norte viveu sempre sob grande tensão entre os unionistas (ligados à Grã-Bretanha) e os nacionalistas (ligados à Irlanda). Nas décadas de 1970, 1980 e 1990 o território viveu numa clima de guerrilha urbana e de quase guerra civil entre as duas facções dominantes, por vezes chamadas de católicos e protestantes.  
O facto é que 62% dos escoceses votaram contra o Brexit, enquanto na Irlanda do Norte também 55,8% não queriam sair da União Europeia. Hoje, a edição do The Economist analisa a questão de um eventual referendo na Irlanda do Norte visando a unificação do país, tal como era em 1922.

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