A saída do Reino
Unido da União Europeia que se concretizou há duas semanas continua a causar
apreensões, sobretudo em relação à unidade do Reino Unido. Em primeiro lugar
está a Escócia, onde a primeira-ministra Nicola Sturgeon reclama a realização
de um referendo para a independência, porque Boris Johnson não estava mandatado
pelos escoceses para tirar o seu país da União Europeia. Em segundo lugar está
a Irlanda do Norte onde o Sinn Féin, o centenário partido nacionalista irlandês
liderado por Mary Lou McDonald, venceu pela primeira vez as eleições legislativas realizadas no
passado sábado, com um programa que defende a unificação da Irlanda e a realização de um
referendo para a unificação das Irlandas num prazo de cinco anos.
Nestas questões,
a História está sempre presente. A República da Irlanda conquistou a
independência em 1922 e fixou a sua capital em Dublin, mas dos 32 condados que
existiam na ilha, houve seis que preferiram ficar ligados à Grã-Bretanha e
formaram a Irlanda do Norte, com a sua capital em Belfast.
A Irlanda do
Norte viveu sempre sob grande tensão entre os unionistas (ligados à Grã-Bretanha)
e os nacionalistas (ligados à Irlanda). Nas décadas de 1970, 1980 e 1990 o
território viveu numa clima de guerrilha urbana e de quase guerra civil entre
as duas facções dominantes, por vezes chamadas de católicos e protestantes.
O facto é que 62%
dos escoceses votaram contra o Brexit, enquanto na Irlanda do Norte também
55,8% não queriam sair da União Europeia. Hoje, a edição do The Economist
analisa a questão de um eventual referendo na Irlanda do Norte visando a
unificação do país, tal como era em 1922.
Sem comentários:
Enviar um comentário