sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

O mundo da arte contemporânea é louco


Está a decorrer a edição americana da Art Basel Miami, uma feira internacional de arte com fins lucrativos que se realiza anualmente em Miami Beach, em Basileia e em Hong Kong, na qual participam artistas consagrados e emergentes de todo o mundo. Segundo revela a organização estão presentes cerca de duas centenas de galerias de referência mundial no campo da arte moderna e contemporânea, que apresentam o trabalho de cerca de quatro mil artistas e divulgam a nova geração de artistas emergentes, através de pinturas, esculturas, instalações, fotografias, filmes e outras obras da mais alta qualidade.
Até aqui tudo parece normal, porque nas questões da arte e da cultura há sempre públicos que gostam e públicos que não gostam. Porém, este ano em Miami, parece que todos os limites foram ultrapassados, como revela o jornal New York Post ao mostrar uma banana colada a uma parede com uma vulgar fita adesiva e que foi posta à venda por 120.000 dólares. “O mundo da arte enlouqueceu”, escreveu o jornal na sua primeira página. O autor deste atentado ao bom senso e à própria ideia de arte que intitulou “Comediante”, é um italiano de 59 anos de idade de nome Maurizio Cattelan. A “obra” utilizou uma banana comprada num supermercado de Miami, mas o “artista” não deu quaisquer instruções sobre o que fazer quando a banana começar a apodrecer. No entanto, a “obra” foi vendida a uma francesa pela quantia de 120.000 dólares e perante este sucesso, Cattelan produziu mais duas edições, sendo uma para um francês por um preço não revelado e uma outra destinada a um museu pelo preço de 150.000 dólares.
Esta notícia deixa-me estarrecido, embora certas instalações apresentadas na Fundação Gulbenkian, que é a maior catedral da arte contemporânea em Portugal, já antes me tivessem levado à perplexidade. A loucura e a insensatez parece que também chegaram às artes. 

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