Está a decorrer a
edição americana da Art Basel Miami,
uma feira internacional de arte com fins lucrativos que se realiza anualmente
em Miami Beach, em Basileia e em Hong Kong, na qual participam artistas consagrados
e emergentes de todo o mundo. Segundo revela a organização estão presentes
cerca de duas centenas de galerias de referência mundial no campo da arte
moderna e contemporânea, que apresentam o trabalho de cerca de quatro mil
artistas e divulgam a nova geração de artistas emergentes, através de pinturas,
esculturas, instalações, fotografias, filmes e outras obras da mais alta
qualidade.
Até aqui tudo
parece normal, porque nas questões da arte e da cultura há sempre públicos que
gostam e públicos que não gostam. Porém, este ano em Miami, parece que todos os
limites foram ultrapassados, como revela o jornal New York Post ao mostrar
uma banana colada a uma parede com uma vulgar fita adesiva e que foi posta à
venda por 120.000 dólares. “O mundo da arte enlouqueceu”, escreveu o jornal na
sua primeira página. O autor deste atentado ao bom senso e à própria ideia de
arte que intitulou “Comediante”, é um italiano de 59 anos de idade de nome
Maurizio Cattelan. A “obra” utilizou uma banana comprada num supermercado de
Miami, mas o “artista” não deu quaisquer instruções sobre o que fazer quando a
banana começar a apodrecer. No entanto, a “obra” foi vendida a uma francesa
pela quantia de 120.000 dólares e perante este sucesso, Cattelan produziu mais
duas edições, sendo uma para um francês por um preço não revelado e uma outra
destinada a um museu pelo preço de 150.000 dólares.
Esta notícia
deixa-me estarrecido, embora certas instalações apresentadas na Fundação Gulbenkian,
que é a maior catedral da arte contemporânea em Portugal, já antes me tivessem
levado à perplexidade. A loucura e a insensatez parece que também chegaram às artes.
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