Um pouco por todo
o mundo, a festa do Natal já ultrapassou o seu significado religioso há muito
tempo e foi capturada pela lógica economicista e pelo consumismo, inclusive nos
países e regiões dominadas pela religião muçulmana.
Assim acontece na
Malásia, um país do sueste asiático que ocupa uma parte da península da
Malásia e uma parte da ilha de Bornéu, com cerca de 36 milhões de habitantes e
que, na sua quase totalidade, professam a religião muçulmana e cuja bandeira
nacional inclui a lua crescente, o símbolo do Islão.
Na sua história há muitas
referências europeias, porque os portugueses ocuparam Malaca entre 1511 e 1641,
depois os holandeses expulsaram os portugueses da região e, em finais do século
XVIII, foram os ingleses que ali se estabeleceram, pelo que o país tem
influências culturais malaias, europeias, chinesas e indianas. Porém, a Malásia
tornou-se mais conhecida dos europeus através da literatura e do cinema de
ficção, tratados nas aventuras do mais famoso pirata dos mares – Sandokan, o
Tigre da Malásia – uma personagem criada em finais do século XIX por Emilio
Salgari e que foi objecto de uma séria televisiva italiana que foi estreada em
1976, com grande sucesso pelos valores que promovia.
Hoje a Malásia é
um país próspero. A sua capital é a cidade de Kuala Lumpur, localizada a cerca
de 150 km para norte da antiga cidade portuguesa de Malaca, onde em paralelo
com os edifícios coloniais se encontram modernos arranha-céus, o mais conhecido
dos quais são as Petronas Twin Towers que, com 451 metros de altura, foram até
há pouco tempo as torres mais altas do planeta.
Neste país
publica-se diariamente um jornal em língua inglesa chamado The Star, a partir da cidade de Petaling Jaya. Na sua edição de ontem o jornal
The
Star – people’s paper, dedicou toda a sua primeira página ao Natal com
a mensagem Merry Christmas &
Happy New Year, o que num país marcadamente muçulmano é bem curioso e um quase
paradoxo.
Porém, os tempos que vivemos estão cheios de paradoxos…

O humanismo, a solidariedade e a paz não têm religião. E era bom que os crentes, qualquer que seja essa religião, não se limitassem ao cumprimento dos seus ritos e avançassem para os conteúdos.
ResponderEliminar