Na sua edição de hoje,
que inclui uma sugestiva capa, o jornal National Post de Toronto faz um
balanço da intervenção da aviação canadiana na guerra contra o ISIL (Islamic
State of Iraq and the Levant), também conhecido por ISIS (Islamic State of Iraq
and Syria) ou, ainda, como ultimamente se vem generalizando chamar-se, o Daesh.
A capa do jornal
destaca que os aviões McDonnell Douglas
CF-18 Hornet da Força Aérea do Canadá estiveram envolvidos nos teatros
operacionais do Iraque e da Síria desde Novembro de 2014, tendo realizado 1378
saídas operacionais, 251 ataques a 267 posições e lançado 606 bombas, sobretudo
na área da cidade iraquiana de Mosul. No território sírio os CF-18 canadianos
fizeram apenas cinco acções e lançaram 27 bombas. Entretanto, os seis aviões
canadianos regressaram a casa e reivindicam que nos seus 251 ataques não
causaram quaisquer baixas civis. O fim da participação canadiana na coligação
liderada pelos Estados Unidos gerou controvérsia e muito debate na esfera
política, mas também na opinião pública canadiana, pois houve quem entendesse este regresso como uma quebra na solidariedade aliada.
Porém, o que é
mais interessante nesta notícia é o debate público sobre a participação
canadiana nas operações aéreas contra o ISIS, com apreciação crítica dos meios
envolvidos e dos resultados obtidos. Por isso, o jornal pergunta o que significaram
606 bombas canadianas no contexto de mais de 32.000 bombas lançadas pela coligação internacional e se essas 606 bombas fizeram alguma
diferença na guerra contra o ISIS. Em síntese, a guerra já não é o que era e os contribuintes já não aceitam pagar facturas tão avultadas como esta.
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