quarta-feira, 14 de agosto de 2019

A crise em Hong Kong continua sem saída

Desde o passado mês de Junho – já passaram 11 semanas – que têm acontecido grandes manifestações na Região Administrativa Especial de Hong Kong da República Popular da China (RPC) em protesto contra a intenção do governo da ex-colónia britânica para levar por diante um projecto de lei que prevê a possibilidade de extradição para a RPC de pessoas acusadas de crimes contra essa mesma RPC. 
Enquanto as autoridades de Hong Kong defendem que a lei se destina a assegurar a segurança interna do seu território, os manifestantes temem que a lei proposta seja a cobertura para que a lei chinesa tenha cada vez mais aplicação em Hong Kong e constitua uma efectiva restrição às liberdades públicas no seu território.
Os protestos de rua têm sido contínuos e os confrontos entre a polícia e os manifestantes têm sido muito violentos, com a polícia a recorrer à utilização de gás lacrimogéneo e os manifestantes a provocar tumultos e muita destruição, de que têm resultado muitos feridos e algumas detenções. Entre outras acções de afrontamento das autoridades, os manifestantes forçaram a entrada no Parlamento e ocuparam o aeroporto internacional de Hong Kong.
A senhora Carrie Lam, que é a chefe do governo de Hong Kong, já anunciou a sua decisão de suspender o projecto de lei e alertou para a gravidade da situação que se está a viver em Hong Kong, mas as manifestações continuam e, na sua última edição, The Economist pergunta: “Como é que isto vai acabar?”
Há muita gente que teme uma intervenção militar chinesa, que poderá acontecer a pedido do governo local em caso de necessidade da manutenção da ordem pública ou de auxílio em caso de catástrofes, isto é, quer na China quer no mundo, muitos temem a repetição de uma intervenção musculada semelhante ao massacre de Tiananmen, que aconteceu em Junho de 1989 em Pequim.

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