A Comissão Europeia anunciou ontem, pela voz de Durão
Barroso, que como consequência do diagnóstico que efectuou à situação económica
dos estados-membros, decidiu recomendar o prolongamento do prazo para que seis
países possam corrigir os seus défices e atingir a meta de 3%. Assim, Portugal
terá que atingir um défice de 5,5% do PIB no corrente ano, depois 4,0% em 2014
e 2,5% em 2015. A Espanha terá mais dois anos para corrigir as suas contas
públicas, devendo atingir este ano um défice de 6,5%, 5,8% em 2014 e 2,8% em
2016. A França, a Holanda, a Polónia e a Eslovénia também terão mais tempo para
apresentar resultados.
Esta decisão revela que a União Europeia está a passar
por grandes dificuldades económicas, mas também mostra que se começa a perceber
que as políticas de austeridade só têm agravado a recessão e o desemprego.
Embora tardiamente, os temas do crescimento e da criação de emprego entraram no
discurso oficial da Comissão Europeia e até Durão Barroso parece ter-se
libertado dos diktats alemães. No
final do ano de 2012, segundo o Eurostat, os 27 estados-membros da União
Europeia tiveram um défice médio de 4% do PIB e houve 17 estados que
ultrapassaram o limite de 3%, tendo as maiores escorregadelas sido
protagonizadas pela Espanha (10,6%), Grécia (10,0%), Irlanda (7,6%), Portugal
(6,4%), Reino Unido e Chipre (6,3%) e França (4,8%). A União Europeia acordou
tarde, mas parece que outros ventos começaram a soprar de Bruxelas e que o
desemprego tomou o primeiro lugar na agenda europeia.
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