Desde há cerca de
uma semana que violentos temporais e chuvas de grande intensidade estão a
afectar o estado brasileiro do Rio Grande do Sul (RS), que faz fronteira com o
Uruguai e com a Argentina. Trata-se do estado mais meridional do Brasil, que é
três vezes maior que Portugal e tem cerca cde 12 milhões de habitantes. A
cidade de Porto Alegre, que é a sua capital, tem as suas rotas de acesso
bloqueadas pelas águas e estima-se que 85% da cidade esteja sem água potável,
nem energia eléctrica. O aeroporto Salgado Filho está inundado, como mostra a
fotografia publicada na edição de ontem da Folha de S.Paulo, tendo sido
encerrado por tempo indeterminado. É uma verdadeira catástrofe climática e
humanitária, que está a afectar cerca de um milhão e meio de gaúchos, estando
já contabilizados 95 mortos e mais de 130 desaparecidos, mas também cerca de
quatro centenas de feridos e mais de duzentos mil desalojados. No centro
histórico da cidade de Porto Alegre a inundação atingiu 5,25 metros, sem haver
quaisquer garantias de que se reduza nos próximos dias porque há dificuldades na drenagem das águas, mas há situações bem
mais extremas, como sucedeu no rio Taquari cujas águas subiram 30 metros.
Os
meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são
reflexo de três fenómenos que ocorrem localmente e que são agravados pelas
alterações climáticas, respectivamente, a onda de calor e as correntes intensas de vento frio que sopram do sul, a
influência da Amazónia e um bloqueio atmosférico.
A catástrofe representa um prejuizo incalculável e está
a gerar uma onda de solidariedade, tanto no Brasil, como no exterior.
As alterações climáticas estão aí e em força.
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