Foi ontem
inaugurada no Grand Palais de Paris, com a presença
do primeiro-ministro português e da presidente da Câmara Municipal de Paris, uma
exposição dedicada à obra de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), que se
realiza no âmbito das comemorações dos 50 anos da delegação
francesa da Fundação Calouste Gulbenkian.
Natural de
Manhufe, próximo de Amarante, Amadeo viveu em Paris entre 1906 e 1914 e esteve
no centro das vanguardas internacionais da arte do seu tempo e, curiosamente,
expôs no Grand Palais durante o Salón de Automne de 1912. No ano seguinte
participou na exposição internacional de Arte Moderna, em
Nova Iorque, Chicago e Boston, tendo vendido sete das oito obras que expusera.
Agora, a exposição do Grand Palais que o JL nos apresentou na sua última edição, revela cerca de 250 obras
de Amadeo correspondentes a uma densa produção artística, com registos muito
diversos que vão do cubismo ao surrealismo, com largas referências ao seu mundo
rural de Manhufe e ao mundo moderno e cosmopolita de Paris.
O grande
objectivo desta exposição é internacionalizar Amadeo como grande figura da arte
portuguesa. Antes de Amadeo, esteve Picasso e, antes dele, Velázquez. Por estes
dias, na loja do Grand Palais haverá catálogos de Amadeo, discos de fado, azulejos
e livros de Sophia de Mello Breyner. É uma grande iniciativa cultural
portuguesa que vai estar em Paris até 18 de Julho e bom seria que, com o seu
indiscutível peso, a Fundação Calouste Gulbenkian também trouxesse esta mostra
até nós. Depois de feiras de vinhos e de presuntos que marcaram a nossa
presença internacional nos últimos anos, aqui temos uma iniciativa que nos
orgulha!
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