O desenvolvimento
das actividades económicas acontece por ciclos, isto é, verifica-se uma
sucessão de períodos de rápido crescimento económico que alternam com períodos
de relativa estagnação ou declínio. Esse facto foi reconhecido e estudado por muitos
economistas, nomeadamente Nikolai Kondratiev, Joseph Schumpeter e Paul
Samuelson, através da análise estatística dos desempenhos das economias e todos
eles concluiram que os ciclos económicos oscilam entre a expansão e a recessão
ou entre o chamado boom económico e a
depressão económica.
Cada ciclo económico
é caracterizado por um grande número de variáveis, a principal das quais é o
crescimento do produto interno bruto, mas também considera outras variáveis
como a evolução do desemprego e da inflação.
Segundo um estudo
recentemente publicado nos Estados Unidos, em relação aos últimos 161 anos, está
a verificar-se o segundo maior ciclo de expansão económica que já vai em 109
meses e que se aproxima do mais longo ciclo de expansão que se conhece que foi
de 120 meses. Olhando friamente para
estes números verificamos que a recessão está à porta e que não depende
deste ou daquele governo, mas principalmente da euforia dos consumidores que
tudo querem (casas, carros, férias) e da ganância e da cegueira da banca que os
alimenta. Porém, a economia não é uma ciência exacta e, por isso, estes números
não nos fornecem qualquer evidência concreta da aproximação de uma recessão, mas
sugerem que o ciclo económico se aproxima de uma contração ou de
uma depressão económica, que alguns especialistas afirmam poder ser mais grave
do que o habitual. Aliás, aqui mesmo, tratamos este assunto há dois dias a propósito
do excessivo e preocupante recurso ao crédito para o consumo em Portugal e, na sua edição de hoje,
foi o The Economist que, com um sugestivo grafismo, veio avisar da
situação, até parecendo que se inspirou na Rua dos Navegantes.
Quem quiser que acredite. Eu acredito.
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