quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

As crises políticas que afectam a Europa

O Parlamento francês votou uma moção de censura contra o governo de Michel Barnier, que se demitiu e deixou a França sob uma grave crise política, a que se junta uma crise económica traduzida por um défice público de 6,2% do PIB, que é o maior desequilibrio orçamental da Zona Euro, bem como uma dívida pública de 112% do PIB. O jornal Le Télégramme destaca hoje em manchete que “Barnier censuré, Macron isolé”, enquanto um outro jornal escreve que “Macron plus fragilisé que jamais”.
Marcelo Rebelo de Sousa, uma vez mais vestido de comentador, veio afirmar de imediato que a queda do governo francês é um “sinal de como a Europa está cheia de problemas”. Afirmar agora que a Europa está cheia de problemas é uma evidência, ou mesmo uma la palissada, porque a incapacidade dos actuais líderes europeus já vem de longe, até porque se entregaram a Ursula van der Leyen, que tem um protagonismo excessivo e pouco imaginativo, mas que ainda não teve tempo para condenar Israel pelo genocídio a que está a sujeitar o povo palestiniano.
A França vive uma situação muito complexa e há quem exija a demissão de Emmanuel Macron, mas a Alemanha também passa por grandes dificuldades, com a economia em recessão e com o pior desempenho económico da União Europeia, mas também com a coligação governamental chefiada por Olaf Scholz a desfazer-se, pelo que haverá eleiçóes antecipadas em Fevereiro.
Estamos a caminho de um vazio político em França e na Alemanha, as duas maiores e mais influentes potências económicas da União Europeia e essa circunstância é altamente preocupante e desprestigiante para a Europa. Podem vir aí dias sombrios…

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