O Prémio Camões, que é considerado a mais
importante distinção da literatura em língua portuguesa e que é atribuído
anualmente pelos governos de Portugal e do Brasil a um autor “cuja obra
contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural
da língua comum”, foi atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane.
Criado em 1988, o Prémio Camões já distinguiu catorze portugueses, treze
brasileiros, três moçambicanos, dois angolanos e dois cabo-verdianos e o júri
decidiu por unanimidade atribuir o prémio de 2021 a Paulina Chiziane, que assim
se junta aos seus compatriotas José Craveirinha e Mia Couto, os moçambicanos
que já venceram o Prémio Camões. A notícia foi divulgada pelo jornal Público,
que anuncia que o júri que distinguiu a escritora assinalou a importância que
nos seus livros dedica aos problemas da mulher moçambicana e africana, no
contexto da sua cultura específica e das transições por que tem passado desde o
fim da era colonial.
Paulina Chiziane “está traduzida em muitos países” e já
recebeu vários prémios e condecorações, tendo a valia cultural da sua obra sido
reconhecida em Portugal, pelo que foi condecorada em 2014 com o grau de Grande
Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. O seu primeiro livro foi publicado em
1990 em Moçambique e intitula-se Balada
de Amor ao Vento, pelo que passou a ser considerada pela crítica como “a
primeira romancista de Moçambique”, mas a sua obra tem sido regularmente
publicada em Portugal pela Editorial Caminho.
Já li alguma coisa da obra de Craveirinha e de Mia Couto,
mas não conhecia Paulina Chiziane. Naturalmente, esta escritora moçambicana vai ser uma das minhas
próximas leituras, embora a sua obra pareça estar esgotada em Lisboa.
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