Estão a decorrer hoje
em Portugal as eleições para a Assembleia da República e, logo de manhã, eu
cumpri o meu dever cívico e exerci o meu direito de votar.
A campanha
eleitoral foi muito longa e a “caça ao voto” foi muito intensa, com muitas promessas,
demasiado irrealismo, muita demagogia e alguma promiscuidade na comunicação
social que, demasiadas vezes, manipula o eleitorado através da divulgação de sondagens e de
comentários que sendo alinhados partidariamente, são publicitados como se
fossem independentes. Não houve um verdadeiro esclarecimento do eleitorado e,
por isso, os eleitores votam mais com a emoção e menos com a razão.
O eleitorado
português é uma espécie de caleidoscópio com residentes de múltiplas origens,
com nacionalidade portuguesa ou com dupla nacionalidade, mas também com não
residentes, sobretudo as gentes da diáspora. Por isso, as eleições portuguesas
interessam a muita gente, dentro e fora do território nacional.
Acontece que, por
razões históricas, sociológicas e emocionais, existe em Portugal uma importante
comunidade de origem cabo-verdiana que tem direito a voto e vota. As suas
escolhas são certamente semelhantes às dos outros eleitores, mas a comunidade tem
aspirações próprias, como revela o jornal cabo-verdiano A Nação, que é um diário
que se publica na cidade da Praia desde 2007 e que, para além da sua edição impressa, pode ser assinado online. Na sua
primeira página, o jornal publica uma fotografia de uma manifestação realizada por
uma associação cabo-verdiana em defesa de uma “vida justa”, contra o racismo e de alerta
pela ”ameaça da extrema-direita”, informando sobre “a presença de filhos dos
imigrantes em listas de partidos políticos” e revelando que existem muitas preocupações
quanto ao possível “recuo nas conquistas dos últimos anos”. Sintetizando, as eleições portuguesas são importantes para os portugueses de Cabo Verde, onde quer que vivam.
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