A cidade de
Fortaleza que é a capital do estado do Ceará, fica situada no noroeste do
Brasil e dista 5.608 km de Lisboa e 4.710 km de Chui, na fronteira uruguaia, o
que mostra como o Brasil é grande e explica algumas das peripécias por que
passou o seu processo de independência no primeiro quartel do século XIX.
Nessa cidade nordestina
publica-se, desde 1928, o jornal O POVO que, na sua última edição, apresentou
como tema de capa a figura do presidente Donald Trump, através de uma
expressiva ilustração com o título “Decifrando Trump”, em que o rosto do presidente
dos Estados Unidos é desenhado com base num circuito integrado, isto é, um
circuito electrónico miniaturizado a que também se chama chip.
É uma capa de
singular imaginação e criatividade que chama a atenção para a presidência de
Donald Trump, que tem sido marcada pela imprevisibilidade e por orientações enviesadas
do tipo “uma no cravo e outra na ferradura”. A sua acção política que, interna
e externamente, se traduz no movimento MAGA, parece ter várias obsessões
económico-comerciais, como a progressiva subalternização da Europa e dos seus
líderes, o protecionismo comercial americano através de taxas alfandegárias e
a venda de armamentos aos países da NATO, mas também a obsessão pela conquista
de um reconhecimento universal que o Prémio Nobel da Paz lhe traria. As suas posições
quanto aos conflitos na Ucrânia e em Gaza suscitam as mais desencontradas
opiniões, mas o facto é que, muitas vezes, não se percebe se Trump quer a paz ou
se, pelo contrário, pretende que os conflitos prossigam para assim continuar a
alimentar o próspero negócio americano da venda de armamento, mesmo que para
isso tenham que ser criadas realidades virtuais que levem os países a aplicar os
seus recursos escassos em defesa ou, dito de outra forma, a trocar “manteiga
por canhões”.
Donald Trump é realmente
um enigma e o jornal O POVO procurou decifrá-lo.
A decifração deste sujeito parece-me simples demais: ele alinha em qualquer coisa, seja paz seja guerra, que renda aos EUA ou principalmente a ele, alguns patacos, desde que com muitos zeros à direita.
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