Poucas horas
depois de aqui ter sido publicado um texto com o título A “dinastia Nehru” e a política na Índia, no qual se referia que a
liderança do Partido do Congresso Nacional Indiano (INC) decidira, com o apoio
de Sonia e de Rahul Gandhi, iniciar um movimento nacional de contestação à
possível revogação de uma lei que apoia as camadas mais pobres e vulneráveis
das comunidades rurais, mas que também visa a revitalização do INC e opor
resistência ao radicalismo político e religioso do Partido do Povo Indiano
(BJP), que vem governando a Índia desde 2014.
Na sua edição de
hoje, o jornal The New York Times destaca na sua primeira página um texto intitulado ”Das
Sombras ao Poder: como a Direita Hindu remodelou a Índia”, acompanhado de uma
fotografia do primeiro-ministro Narendra Modi e de uma outra fotografia a três
colunas de uma marcha de nacionalistas voluntários filiados no movimento Rashtriya Swayamsevak Sangh, ou RSS,
fardados, equipados com um varapau e com postura militar.
Este movimento é uma
organização paramilitar radical de extrema-direita e representa a vertente mais
extremista do nacionalismo hindu, perseguindo e matando muçulmanos e católicos
e destruindo mesquitas e igrejas, pelo que é cada vez mais temido pelas minorias da Índia.
Criado em 1925, o RSS procurou sem sucesso fazer da Índia uma nação hindu e
sempre combateu o secularismo político e religioso herdado dos ingleses. Porém,
na última década e sob o governo de Narendra Modi, que é um activo militante do RSS,
muitos dos membros da organização passaram a ocupar o círculo do poder e a RSS
atingiu uma enorme popularidade. A democracia indiana está em sério risco e os
seus 200 milhões de muçulmanos e de católicos temem pelo futuro.

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