O desporto é um
dos fenómenos sociais mais relevantes do nosso tempo, embora esteja cada vez
mais dominado por interesses diversos, alguns deles bem perversos. Porém, o que
é inquestionável é a riqueza estética do espectáculo desportivo e as emoções
que suscita, muitas delas traduzidas em rivalidades e em hostilidades
condenáveis, mas outras bem positivas. Foi o que sucedeu
ontem em Barcelona com a vitória portuguesa no Campeonato do Mundo de hóquei em
patins, depois de 16 anos de interregno e de seis vitórias espanholas nos
últimos sete campeonatos, que gerou uma enorme alegria nas bancadas onde se
encontravam muitos portugueses e que as televisões não se cansaram de enaltecer
em todos os noticiários. Depois de ter defrontado as equipas da Colômbia, do
Chile e da Argentina na primeira fase, a equipa portuguesa encontrou as poderosas
equipas da Itália e da Espanha nas fases seguintes e chegou à final, onde
reencontrou a Argentina. Tal como acontecera na primeira fase, o resultado foi
um empate, mas no desempate por grandes penalidades conseguiu o triunfo que
constitui o seu 16º título mundial. Segundo refere toda a imprensa o artífice
principal deste triunfo foi o guarda-redes Ângelo Girão que parece ter uma
especial habilidade para defender grandes penalidades.
Portugal tem agora
16 vitórias nos 44 campeonatos mundiais já disputados, enquanto a Espanha tem
17, a Argentina 5, a Itália 4 e a Inglaterra 2, mas a selecção portuguesa é a que
mais vezes subiu ao pódio: 44 vezes.
O prestígio de
Portugal no mundo mede-se pela qualidade da sua democracia, pela sua
estabilidade social, pelo seu desenvolvimento económico, pela sua riqueza
cultural, pela aposta na ciência, pelos seus combates contra a desigualdade e a
pobreza, pela protecção do ambiente e da paisagem, pelo valor do seu património
arquitectónico e por muitos outros indicadores, mas também pelos êxitos desportivos
das suas equipas e dos seus atletas. Ontem, em Barcelona foi apenas mais um,
embora o título do jornal A Bola seja um notório exagero, quase a roçar o ridículo.
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