A última edição
do semanário Expresso destaca como principal notícia a reabertura de
embaixadas para colocar alguns amigos instalados nos gabinetes ministeriais e
indica nomes, destinos e padrinhos
dos beneficiados. A notícia revela o escandaloso comportamento de alguns
governantes que tinham imposto uma severa austeridade aos portugueses, com cortes
de salários e de pensões, com muito desemprego e com muita pobreza e que, entre
outras medidas de aperto, até tinha encerrado embaixadas e missões diplomáticas
para poupar na despesa pública. Agora, sem olhar ao despesismo desnecessário, o
governo decidiu reabri-las para nelas colocar os amigos. Cada um deles com remunerações
directas e indirectas que vão para além dos cinco dígitos! Isso é que são tachos! É lamentável que o
Primeiro-Ministro e o Ministro dos Negócios Estrangeiros utilizem o dinheiro
dos meus impostos para beneficiar os seus amigos e fiéis servidores, com lugares
em Madrid e Paris, em Bruxelas e Nova Iorque, sem que tais postos se
justifiquem. Obviamente que Passos e Machete, que deviam ser um exemplo de
contenção e parcimónia, abusam dos seus cargos. É um verdadeiro escândalo o que
aqueles governantes estão a fazer, ao assegurar tachos aos amigos. É um velho hábito lusitano e, apesar de estar
bem diagnosticado desde há muitos anos, parece que ninguém resiste a esse
pecado original de arranjar tachos
para pagar fidelidades.
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