Cristiano Ronaldo
marcou ontem dois golos à França e, para além do empate que garante uma
presença (sofrida) da equipa portuguesa nos oitavos de final do Euro2020, o jogador atingiu a marca
de 109 golos ao serviço da selecção portuguesa, o que iguala o máximo mundial
de golos marcados ao serviço de uma selecção nacional, que pertencia ao
iraniano Ali Daei.
Naturalmente, a
comunicação social portuguesa destacou este acontecimento e Ronaldo merece-o.
Porém, tem sido um exagero o exibicionismo novo-riquista, ridículo, suburbano e desproporcionado da comunicação social portuguesa, que tem andado atrás dos jogadores
por Budapeste e por Munique, enchendo-nos de futebol, de ronaldices e de imensas banalidades. Alguns títulos reflectem a ronaldomania que tomou conta da nossa
imprensa, como por exemplo CR109, Ronaldo é Deus ou Ronaldo dispensa calculadora. É um entusiasmo que não é espontâneo
e que resulta em alto grau de um estímulo criado pelas capas dos jornais, pelas
intermináveis horas de televisão que nos são servidas e por um merchandising que explora o entusiasmo
popular.
Porém, os golos
que ontem foram marcados por Cristiano Ronaldo, tiveram repercussão no
estrangeiro e, por exemplo, os grandes jornais desportivos italianos como La Gazzetta dello Sport (Milão), o Corrierre dello Sport (Roma) e o TuttoSport (Turim), trataram de
internacionalizar os 109 golos de Ronaldo. Nestas circunstâncias, embora
criticando muito do que é escrito e dito na nossa comunicação social que muitas
vezes esquece que uma equipa de futebol tem onze jogadores, eventualmente dez
estrelas e uma superestrela, não podemos deixar de aplaudir e enaltecer os
feitos futebolísticos de Ronaldo e da sua destacada presença nas capas dos
maiores jornais desportivos italianos.
Pois é. Há poucos dias, um miúdo respondeu na escola à pergunta do que era o Cristianismo, como a religião do Cristiano Ronaldo e que era já seguida por não sei quantos seguidores.
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