terça-feira, 22 de junho de 2021

Sánchez enfrenta o desafio da Catalunha

A política espanhola está a passar por momento de tensão devido à intenção do governo de Pedro Sánchez de decretar o indulto a nove líderes independentistas catalães condenados a penas de prisão no âmbito d’el procés, ou seja, a sua luta pela independência da Catalunha. O tema divide a Espanha, pois o indulto é um acto de clemência mais profundo do que a amnistia, ao extinguir o procedimento criminal e a própria pena. Assim, enquanto a Direita acusa Sánchez de claudicar perante as exigências dos separatistas catalães, a Esquerda aposta na abertura de um diálogo que pacifique a política catalã e reforce a unidade espanhola. Porém, os dirigentes catalães exilados, entre os quais se encontram três eurodeputados, reclamam não só o indulto, mas também o seu regresso em liberdade e a realização de um referendo sobre o futuro da Catalunha.
Pedro Sánchez anunciou a sua proposta num cenário enquadrado pelas bandeiras da Espanha e da Catalunha e essa imagem foi publicada não só na imprensa espanhola, mas até no Financial Times, a mostrar o interesse com que foi seguida a apresentação de “un nuevo proyecto de país com los independentistas”.
Os graves acontecimentos do Outono de 2017 na região da Catalunha têm sido objecto de intensa discussão jurídica pois foram analisados à luz de um Código Penal obsoleto, que todos querem que seja revisto. Porém, não se tratou apenas do comportamento ilegal e do exílio de alguns dirigentes catalães, com destaque para Carles Puigdemont, porque outros acontecimentos levaram à abertura de dezenas de processos judiciais contra altos cargos administrativos da Generalitat de Catalunya, não só por sedição, mas também por uso indevido de fundos públicos e desfalques por ocasião do referendo ilegal de 1 de Outubro de 2017.
Não é nada fácil o desafio de Pedro Sánchez.

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