O semanário
moçambicano Domingo que se publica na cidade do Maputo e que é um dos periódicos
publicados pela Sociedade do Notícias, SA , na sua última edição, dedica uma extensa reportagem ao cajú e à sua economia específica, dizendo que está em alta. E parece que sim.
Moçambique já foi
um dos maiores produtores e exportadores mundiais de castanha de cajú até
finais da década de 1970. Naquela altura, produzia cerca de 200 mil toneladas
por ano, mas após a independência verificou-se uma redução da produção para as
15 mil toneladas anuais. Os tempos mudaram e, actualmente, o Instituto de
Fomento do Cajú pretende recuperar o lugar que perdeu: na campanha de 2010-2011
foram exportadas cerca de 112 mil toneladas de castanha, mas na campanha
seguinte as condições agro-climáticas trouxeram a produção para cerca de 80 mil
toneladas. Na presente campanha de 2012-2013, a estimativa aponta para uma
produção de 110 mil toneladas e esse resultado está a mostrar a importância
económica e social do cajú para os moçambicanos. Actualmente, mais de 40 por cento dos agricultores moçambicanos,
ou cerca de um milhão de agregados familiares produzem castanha de cajú, uma
das poucas culturas fiáveis que os agricultores conseguem produzir no país. Na
província de Nampula, a castanha de cajú, representa cerca de um quinto dos
rendimentos totais dos agregados familiares e aproximadamente dois terços do total
dos rendimentos em dinheiro. Perante este quadro, há um plano para aumentar o plantio
de cajueiros e para expandir as áreas de produção de castanha de cajú, mas também
para instalar novas fábricas de processamento que levem a um maior valor
acrescentado do cajú moçambicano. Moçambique é actualmente um médio produtor
mundial e quer recuperar quota de mercado a nível mundial, porque isso
contribui para acabar com a pobreza de grande parte da sua população rural e
para equilibrar a balança comercial do país.
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