Na sua edição de
hoje o jornal Público decidiu homenagear a ilha do Pico e, naturalmente,
para quem como nós costuma estar e actualmente está na ilha, esta divulgação
feita num órgão de comunicação nacional de referência é mesmo um grande
acontecimento. Porém, é preciso muita ponderação para analisar esse
acontecimento, porque numa altura em que há importantes ocorrências em Portugal
e no mundo, pode questionar-se por que razão terá um tão prestigiado jornal
escolhido uma fotografia da ilha do Pico para ilustrar toda a largura da sua
primeira página. Essa fotografia, em que os elementos dominantes são o mar e a
montanha mais alta de Portugal, aparece apenas como uma chamada de atenção para os textos
incluídos no seu suplemento Fugas, o
que é jornalisticamente um exagero.
Nesse suplemento
encontram-se textos muito bem escritos e bem ilustrados, destacando-se a
referência a Paulo Afonso, um grande campeão de caça submarina que o país não
conhece. Porém, embora qualquer reportagem jornalística tenha que fazer opções
temáticas, verificamos que a generalidade dos temas foram “cirurgicamente”
escolhidos, mostrando as facetas turísticas picoenses que a ATA – Associação de
Turismo dos Açores escolheu ou sugeriu que fossem tratados.
Portanto, embora
me agradasse ter visto a ilha do Pico referida na primeira página de um jornal de
referência, o facto é que o suplemento Fugas
acolheu uma verdadeira publireportagem, que uma qualquer agência de viagens ou
de comunicação poderia fazer para promover um destino turístico. Podia fazê-lo?
Sem dúvida. Porém, a fotografia de primeira página de que tanto gostei, é uma
enorme gaffe jornalística.
Portanto, o Público
errou.
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