sábado, 15 de maio de 2021

A ilha do Pico a despertar para o turismo

Na sua edição de hoje o jornal Público decidiu homenagear a ilha do Pico e, naturalmente, para quem como nós costuma estar e actualmente está na ilha, esta divulgação feita num órgão de comunicação nacional de referência é mesmo um grande acontecimento. Porém, é preciso muita ponderação para analisar esse acontecimento, porque numa altura em que há importantes ocorrências em Portugal e no mundo, pode questionar-se por que razão terá um tão prestigiado jornal escolhido uma fotografia da ilha do Pico para ilustrar toda a largura da sua primeira página. Essa fotografia, em que os elementos dominantes são o mar e a montanha mais alta de Portugal, aparece apenas como uma chamada de atenção para os textos incluídos no seu suplemento Fugas, o que é jornalisticamente um exagero.
Nesse suplemento encontram-se textos muito bem escritos e bem ilustrados, destacando-se a referência a Paulo Afonso, um grande campeão de caça submarina que o país não conhece. Porém, embora qualquer reportagem jornalística tenha que fazer opções temáticas, verificamos que a generalidade dos temas foram “cirurgicamente” escolhidos, mostrando as facetas turísticas picoenses que a ATA – Associação de Turismo dos Açores escolheu ou sugeriu que fossem tratados.
Portanto, embora me agradasse ter visto a ilha do Pico referida na primeira página de um jornal de referência, o facto é que o suplemento Fugas acolheu uma verdadeira publireportagem, que uma qualquer agência de viagens ou de comunicação poderia fazer para promover um destino turístico. Podia fazê-lo? Sem dúvida. Porém, a fotografia de primeira página de que tanto gostei, é uma enorme gaffe jornalística.
Portanto, o Público errou. 

Sem comentários:

Enviar um comentário