Salvador Sobral,
o músico português que ganhou o Festival da Eurovisão em 2017, iniciou uma tournée por Espanha e actuou ontem no
Teatro Cervantes de Málaga. O seu concerto foi um êxito que o jornal Málaga
hoy destacou hoje com uma fotografia de primeira página a seis colunas.
Seis meses depois
de um transplante cardíaco que se realizou em Lisboa no Hospital de Santa Cruz,
o músico português retomou a sua vida normal, embora tenha passado de um quase
anonimato artístico para um pedestal de fama. Comunicador, poliglota e com um
discurso inteligente e bem humorado, Salvador Sobral foi solicitado para dar
entrevistas em que, com humor, recordou uma sua apresentação em Málaga há três
anos:
“Toquei em Málaga
com mais músicos que público. Éramos um quarteto e havia três pessoas a
ouvir-nos. Superdeprimente. Mas voltarei a tocar em bares quando tudo isto (a
fama), que é efémera, acabar”.
Uma outra ideia
que se destaca nas suas entrevistas é a sua referência à musica dos festivais
da canção:
“Foi uma
ingenuidade da minha parte pensar que podia mudar alguma coisa. Ganhei a
Eurovisão porque era diferente e o que é diferente ganha sempre. Um ano ganhou
uma mulher com barba, no outro ano ganhou uma fulana que emite sons de galinha
e no outro ano ganhei eu com uma canção bonita”.
O triunfo no
Festival da Eurovisão de 2017 projectou-o e permite-lhe ter inúmeros concertos
agendados para os próximos tempos em Espanha, Suiça, Alemanha e, naturalmente,
Portugal. Ainda bem. Ele mostra-se realista e parece não se deslumbrar com o
que lhe está a acontecer. Ele é um homem muito inteligente, de muito valor e de
muita coragem, que até sabe que a fama é coisa efémera. O seu êxito não pode
deixar de nos emocionar. Parabéns, Salvador Sobral.
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