segunda-feira, 9 de maio de 2016

O Dia da Europa, em tempo de incertezas

Hoje é o Dia da Europa, em que se assinala o aniversário da histórica Declaração Schuman, proferida no dia 9 de Maio de 1950 em Paris, em que propunha uma nova forma de cooperação política que tornasse impensável a repetição do drama da guerra por que a Europa acabara de passar. A ideia de Robert Schuman assentava na criação de uma instituição europeia encarregada de gerir a produção do carvão e do aço e, menos de um ano depois, era criada a CECA (Comunidade Económica do Carvão e do Aço). A ideia de Schuman avançou ainda mais e, no dia 25 de Março de 1957, foi assinado o Tratado de Roma que constituiu a CEE (Comunidade Económica Europeia), subscrito pela Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e República Federal da Alemanha. A partir de 1 de Janeiro de 1986 foi a vez de Portugal ter sido admitido como o 11º Estado-membro, em simultâneo com a Espanha. Hoje são 28 Estados, agregados em torno de uma gigantesca máquina burocrática que cada vez mais se afasta dos princípios enunciados pelos seus fundadores e do espaço de liberdade, segurança e justiça com que eles sonharam. Muitos dos seus princípios fundadores, como a promoção da paz e do bem-estar dos povos da Europa, a coesão económica e social, a solidariedade comunitária e a própria soberania nacional dos Estados-membros, entre outros, estão ameaçados pelos interesses burocráticos instalados em Bruxelas.
A União Europeia está hoje perante a maior crise política da sua história de mais de meio século, sem conseguir resolver o drama dos refugiados, com a ameaça do Brexit e com o populismo em ascensão. Depois de tantos anos, continua sem rumo e a falar a várias vozes, tendo muitas responsabilidades nas dramáticas situações de guerra e de tragédia humanitária que se vivem junto de muitas das suas fronteiras. Depois, pela boca de um qualquer Jeroen Dijsselbloem ou de um Pierre Moscovici, exibe a sua arrogância não solidária nas pequenas coisas que humilham os seus próprios parceiros que passam por mais dificuldades. O jornal catalão Ara pergunta e bem, como salvar uma Europa dominada por egoismos e pela debilidade das suas lideranças. De facto, o futuro da Europa é cada vez mais uma incógnita.

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