A frequência com
que se vão realizando cimeiras de alto nível e se vão afirmando solidariedades
no mundo contemporâneo é muito preocupante, apesar das continuadas
manifestações de vontade de cooperação económica e de redução das tensões
internacionais.
Os últimos meses têm acentuado essas preocupações e muita gente
teme as políticas armamentistas que estão em curso por toda a parte. Poucos
falam de paz, de cooperação, de desenvolvimento, da resolução dos problemas
da fome e da doença. Ouvem-se os comentadores televisivos e parece que o futuro da
Humanidade passa pela confrontação, o que exige que cada um se arme até aos
dentes. Um dos mais evidentes sinais desta situação são as recentes reuniões da
NATO em Vilnius, a cimeira dos BRICS em Joanesburgo, ou o encontro dos países
do G20, mas também muitas outras cimeiras que se realizaram nos últimos meses
para fazer negócios, sobretudo a venda de aviões, de mísseis e de outros
armamentos, mas principalmente para procurar firmar alianças e afirmar
solidariedades.
A lista é muito extensa. Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen visitaram a China, enquanto Narendra Modi foi recebido em festa em Washington e Paris. Xi Jinping visitou Moscovo e recebeu meio mundo em Pequim, incluindo Lula da Silva, Nicolas Maduro e Antony Blinken. Recep Tayyp Erdogan esteve na Arábia Saudita, no Qatar e nos Emirados, falando com Moscovo e com Kiev, enquanto Joe Biden esteve em Londres, em Bruxelas, em Vilnius e se prepara para ir ao Vietnam. Ontem Vladimir Putin encontrou-se com Kim Jong-un e a imprensa mundial, designadamente o londrino The Times, registou essa nova aliança entre dois líderes e dois regimes dispondo de armamento nuclear. Se havia quem se preocupasse com tanta "contagem de espingardas", a aliança entre estes dois dirigentes é um motivo adicional de preocupação para o mundo.
E se conseguíssemos reuni-los todos no Campo Pequeno para os efeitos que se dizia que o outro tinha dito? (Á cautela, sempre direi como declaração de interesse que me considero pacifista).
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