Quando se
aproximam sessenta anos do traumático fim do Estado Português da Índia e quando
a chamada geração da saudade vai
desaparecendo pela natural sequência da lei da vida, os sinais de resistência da
cultura portuguesa à crescente indianização do Estado de Goa continuam a ser
muito fortes. Apesar de existir um Consulado-Geral em Goa e algumas
instituições culturais públicas e privadas portuguesas que, certamente
desenvolvem algumas actividades culturais, o facto é que são as iniciativas da
sociedade civil e em especial das novas gerações de goeses, que estão a revelar-se com
muito interesse e com um enorme dinamismo em prol da cultura portuguesa.
A música, de que
os goeses são singularmente entusiastas, tem sido o principal veículo de promoção
da cultura portuguesa em Goa, especialmente através do fado. Foi assim antigamente, mas
depois de 1961 esse interesse estagnou ou passou a ser politicamente
desadequado à nova realidade goesa. Porém, nos últimos anos tem havido vários
jovens que se têm dedicado ao fado e alguns músicos que se tornaram exímios executantes
da guitarra portuguesa.
O recém-criado
Centre for Indo-Portuguese Arts (CIPA) vai inaugurar em Pangim, no próximo dia
15 de Agosto, a sua Madragoa – casa do fado e mandó. É, seguramente, um momento
alto da vida cultural goesa, no qual se juntam dois dos mais talentosos músicos
goeses – Orlando de Noronha e Carlos Meneses – a acompanhar a voz da fadista
Sonia Shirsat.
Já que não posso
estar lá como gostaria, daqui envio o meu forte aplauso à iniciativa daqueles
bons amigos que espero seja gratificante, contagiante e duradoura.
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