terça-feira, 13 de agosto de 2019

A dinâmica da cultura portuguesa em Goa

Quando se aproximam sessenta anos do traumático fim do Estado Português da Índia e quando a chamada geração da saudade vai desaparecendo pela natural sequência da lei da vida, os sinais de resistência da cultura portuguesa à crescente indianização do Estado de Goa continuam a ser muito fortes. Apesar de existir um Consulado-Geral em Goa e algumas instituições culturais públicas e privadas portuguesas que, certamente desenvolvem algumas actividades culturais, o facto é que são as iniciativas da sociedade civil e em especial das novas gerações de goeses, que estão a revelar-se com muito interesse e com um enorme dinamismo em prol da cultura portuguesa.
A música, de que os goeses são singularmente entusiastas, tem sido o principal veículo de promoção da cultura portuguesa em Goa, especialmente através do fado. Foi assim antigamente, mas depois de 1961 esse interesse estagnou ou passou a ser politicamente desadequado à nova realidade goesa. Porém, nos últimos anos tem havido vários jovens que se têm dedicado ao fado e alguns músicos que se tornaram exímios executantes da guitarra portuguesa.
O recém-criado Centre for Indo-Portuguese Arts (CIPA) vai inaugurar em Pangim, no próximo dia 15 de Agosto, a sua Madragoa – casa do fado e mandó. É, seguramente, um momento alto da vida cultural goesa, no qual se juntam dois dos mais talentosos músicos goeses – Orlando de Noronha e Carlos Meneses – a acompanhar a voz da fadista Sonia Shirsat.
Já que não posso estar lá como gostaria, daqui envio o meu forte aplauso à iniciativa daqueles bons amigos que espero seja gratificante, contagiante e duradoura.

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