domingo, 8 de janeiro de 2023

Russos e ucranianos num veleiro pela paz

A edição de hoje do jornal Paris-Normandie, um diário regional francês que se publica em Rouen, a sede do departamento do Sena Marítimo e capital da Normandia, dedica a sua manchete e uma desenvolvida reportagem ao festival Armada 2023, um encontro de veleiros que se realiza regularmente no seu porto.
Esse festival realiza-se entre os dias 8 e 18 de junho de 2023 e é um ex-libris cultural da cidade de Rouen, que se localiza na margem direita do rio Sena a cerca de 120 quilómetros da foz. A organização espera que cerca de cinquenta grandes veleiros internacionais tomem parte no Armada 2023 e o jornal anuncia os nomes de alguns dos que já confirmaram a sua presença, como o Dar Mlodziezy, um navio-escola polaco que é o único grande-veleiro (tall ship) que desde 1989 sempre participou no festival, o brasileiro Cisne Branco, o mexicano Cuauhtemoc e outros.
A grande novidade é a ausência dos gigantes russos – o Mir e o Sedov – por causa da guerra na Ucrânia, mas a fragata russa Shtandart estará presente. Este navio foi construído em 1999 por iniciativa de uma organização privada russa - a Shtandart Project - e é uma réplica do navio-almirante da frota do czar Pedro o Grande, que tinha sido construído em 1703 para a frota do Báltico. Desde o início da guerra na Ucrânia, a fragata Shtandart que tem três mastros e 32,70 metros de comprimento, não regressou a São Petersburgo, o seu porto de registo. O navio tem uma tripulação russo-ucraniana e, desde então içou as bandeiras de ambos os países, no sentido de transmitir uma mensagem de paz nos portos que o têm abrigado.
Um belo exemplo das íntimas relações históricas entre a Rússia e a Ucrânia que, muitos políticos e muitos interesses, agora querem quebrar.   

Sem comentários:

Enviar um comentário