sexta-feira, 1 de julho de 2022

Um governo de distraídos e acomodados

O actual governo português é o XXIII Governo Constitucional que resultou da vitória do Partido Socialista por maioria absoluta nas eleições de 30 de Janeiro de 2022, tendo tomado posse no dia 30 de Março seguinte. O elenco governativo foi constituído por 17 ministros e 38 secretários de Estado que estão em funções há três meses e dos quais há uma boa parte com experiência política e governativa. O governo tem uma maioria parlamentar que o apoia e tem uma economia que está em franca recuperação, enquanto o país vive uma significativa estabilidade social, isto é, o governo tem tudo o que precisa para fazer reformas e para se adaptar aos novos tempos e às novas exigências, para mudar o que está mal e para aperfeiçoar o que não está bem. É isso que se deve exigir de um governo com maioria absoluta.
No seu discurso de posse, o primeiro-ministro tinha dito: “Os portugueses desejam um Governo que trabalhe afincadamente, já a partir de hoje, para que o país proteja os seus cidadãos, garanta a sua liberdade e segurança, os mobilize no esforço coletivo de modernizar Portugal”. Era isso que se esperava na Saúde e na Justiça, onde existem graves distorções que afectam os cidadãos, mas também em outros sectores da nossa sociedade, designadamente na Educação e na Defesa. Porém, assistimos a um aumento da degradação dos serviços públicos, ao aumento do custo de vida, a uma descrença que se instala na sociedade e a uma crescente incerteza quanto ao futuro.
Hoje a imprensa portuguesa destaca as fotografias do primeiro-ministro António Costa e do ministro Pedro Nuno Santos que, sendo pessoas respeitáveis, protagonizaram nas últimas horas uma trapalhada política inimaginável e lamentável, que nos deve deixar apreensivos quanto ao futuro. Que este triste episódio sirva, pelo menos, para acordar aqueles que se deixaram adormecer ou se acomodaram no desempenho das funções governativas que lhes foram confiadas e que passem a trabalhar afincadamente, como prometeu o primeiro-ministro.

1 comentário:

  1. Lamentável, de facto, este episódio ... infelizmente não vislumbro alternativas, para melhor, no horizonte político.

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