As
eleições presidenciais francesas escolheram ontem um novo Presidente da
República. Emmanuel Macron e a sua plataforma En marche! venceram as eleições. A França nunca teve um Presidente tão jovem e nunca tinha eleito
alguém sem o apoio expresso dos partidos políticos. É uma novidade absoluta e, depois de
figuras emblemáticas como De Gaulle ou François Miterrand, o que se pode dizer
é que a política francesa já não é o que era. Meio
mundo respirou de alívio porque Emmanuel Macron venceu o radicalismo de Marine
Le Pen, o que pode significar um novo impulso no projecto europeu, mas também uma nova
maneira de fazer política, com mais moralização e mais ética, mais responsabilidade e com mais esperança num mundo mais seguro, com mais
liberdade, mais justiça e melhor defesa do ambiente.
Macron foi festejar a sua
vitória no átrio do Museu do Louvre onde chegou ao som do Hino da Alegria de
Beethoven, que foi adoptado como hino da União Europeia. Esse foi um forte sinal
sobre a sua identificação com os ideais da Europa e com um novo estilo de fazer política,
tendo então afirmado que não iria ceder ao medo nem ao divisionismo e que nenhum
obstáculo o iria deter.
O seu
discurso de vitória foi muito prudente, até porque Emmanuel Macron não tem
maioria para governar. Ele sabe que muitos franceses o escolheram como um mal
menor e que a derrota dos republicanos e dos socialistas pode ser apenas um caso conjuntural. Por isso, pediu votos nas eleições legislativas de Junho
para os candidatos da sua plataforma política para construir uma verdadeira
maioria parlamentar que permita concretizar a mudança que ele prometeu e a que o país aspira.
Faltam
seis semanas para as eleições parlamentares e Macron não vai poder descansar. O
desafio que tem pela frente é enorme e muito complexo, até porque a sua adversária agora
derrotada não lhe vai dar tréguas, tal como os partidos tradicionais que vão
querer recuperar da humilhação por que passaram. Sim, a Europa respirou de alívio mas, como se diz no futebol, ainda falta muito tempo de jogo.
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