Costuma dizer-se
que a China é a grande fábrica do mundo e essa realidade acontece até na
indústria automóvel, tradicionalmente europeia e americana, porque “um em cada
três carros vendidos no mundo é produzido na China”. As últimas estatísticas a
que tivemos acesso referem-se a 2021 e assinalam a produção global de 79
milhões de automóveis, dos quais a China produziu 26 milhões, seguindo-se os
Estados Unidos com 9 milhões, o Japão com quase oito milhões e, depois, a
Índia, a Coreia do Sul, a Alemanha, o México, o Brasil, a Espanha e a
Tailândia. Agora, quando ainda não se conhecem os números relativos a 2023, o
jornal Shanghai Daily anuncia que, pela primeira vez, a produção
chinesa de automóveis e de veículos comerciais ultrapassou os 30 milhões de unidades
em 2023, enquanto as estimativas quanto à produção mundial se situam nos 84
milhões. Se estes números estiverem correctos significa que a China passou de
uma quota de 32,9% da produção mundial em 2021, para uma quota de 35,7% em
2023, o que mostra que a China reforçou a sua posição na produção mundial de
automóveis.
A última edição
da revista The Economist afirma que
“o influxo de carros chineses está a aterrorizar o Ocidente” e a provocar a
desindustrialização, alertando para o que se passou nos Estados Unidos entre
1997 e 2011, em que cerca de um milhão de trabalhadores da indústria perderam
os seus empregos devido à concorrência chinesa, depois que a China se integrou
no sistema de comércio global e começou a enviar produtos baratos para o
estrangeiro.
Há apenas cinco
anos, a China exportava apenas um quarto dos carros exportados pelo Japão,
então o maior exportador mundial, mas esta semana a indústria chinesa anunciou
ter exportado 5 milhões de automóveis e ter ultrapassado as exportações do
Japão. Na indústria
automóvel, como em muitas outras coisas, a tradição já não é o que era…
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