No passado dia 8
de Dezembro, um navio que navegava ao longo da costa portuguesa na latitude de
Viana do Castelo, perdeu parte da carga que transportava, incluindo contentores
com abundantes pellets, que são
pequenas bolas de plástico que, entre outras aplicações, servem para ajudar a
acomodar cargas sensíveis nos contentores durante as viagens marítimas, como
automóveis, electrodomésticos e vários outros equipamentos.
Segundo informações
divulgadas pelo governo espanhol, o armador do navio informou que caíram ao mar
mais de mil sacos com cerca de 26,2 toneladas destas bolas com cerca de cinco
milímetros de diâmetro, que estão agora a dar à costa no norte de Espanha.
O primeiro sinal
de alerta ambiental deu-se na Galiza, cujas praias começaram a ser contaminadas.
As autoridades e muitos grupos de voluntários, recordados do desastre ambiental
do petroleiro Prestige, assumiram uma
“misión voluntariosa pero imposible”, como titulou o jornal Faro
de Vigo. Porém, a contaminação marinha das pellets de plástico, também chamada “maré de plástico”, afectou
todo o norte de Espanha, passando às costas das Astúrias, da Cantábria e do
País Basco, onde foi declarada uma situação de emergência. De acordo com um
especialista português “nas praias espanholas estão esferas de plástico de
cinco milímetros que facilmente se partem, passando a microplásticos quando
tiverem menos de um milímetro, fraccionando-se depois e constituindo
nanoplásticos”, que vão entrar na cadeia alimentar de peixes e bivalves e,
naturalmente, chegarão à cadeia alimentar dos humanos. Este tipo de acidente
ainda é pouco conhecido e não se sabe como evoluirá, nem como afectará o
ambiente marinho e os seres vivos.
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