Aqui, neste canto
ocidental da Europa, temos um certo privilégio meteorológico, pois não temos
invernos muito rigorosos. Nas mesmas latitudes, mas do outro lado do Atlântico,
a corrente fria do Lavrador produz efeitos bem mais severos e, quando ocorrem
certos fenómenos meteorológicos, a situação agrava-se. Foi o que aconteceu nos
últimos dias quando uma tempestade a que foi dado o nome de Grayson se aproximou da costa oriental dos
Estados Unidos levando consigo ventos ciclónicos, frio, neve, gelo e
inundações, que já afectaram todo o litoral americano desde o Massachusetts à
Florida. Em Boston as águas da bacia portuária congelaram como mostra a imagem
de capa do Boston Herald e já foram utilizados navios quebra-gelos para
permitir o movimento portuário. Tem sido um caso sério e o próprio título de primeira página do jornal é esclarecedor: ICE AGE.
O estado e a cidade de Nova Iorque estão
cobertos de neve e gelo e as temperaturas oscilam entre os 10 e os 20 graus
Celsius negativos. Até na Florida se têm sentido os efeitos deste fenómeno,
tendo nevado na cidade de Tallahassee, a sua capital, o que já não acontecia
desde 1989.
Os efeitos da
tempestade Grayson, que os
meteorologistas classificaram como bomb
cyclone, têm sido devastadores, pois já causaram mortes, cortaram o
abastecimento de energia em muitas áreas residenciais, levaram ao encerramento
de escolas e de serviços públicos, provocaram o caos nas estradas, cancelaram alguns
milhares de voos e afectaram muitas actividades económicas em todos os estados
da costa leste americana. Porém, a imprensa tem destacado esta tempestade e
publicado inúmeras fotografias da neve e do gelo nas grandes cidades do noroeste dos
Estados Unidos, sobretudo Boston e Nova Iorque, onde as ruas
estão cobertas por espessos mantos de neve e o gelo se acumula na via pública.
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