No domingo à
noite a aviação israelita bombardeou o campo de Tel al-Sultan, na zona oeste de
Rafah, causando um incêndio devastador, com o fogo a alastrar e a devorar as
tendas de plástico dos refugiados. Segundo as autoridades palestinianas morreram
45 pessoas e o Ministério da Saúde de Gaza acusou esta agressão israelita,
afirmando que "nunca antes na história se utilizou um tão grande número de
instrumentos de morte em massa diante do mundo como está a acontecer agora em
Gaza, onde a população está privada de água, alimentos, medicamentos,
eletricidade e combustível, destruindo as infraestruturas e todas as
instituições". O próprio Netanyahu, sobre quem recentemente o TPI emitiu
um mandado de captura, qualificou este brutal ataque como “um erro trágico”.
Entretanto, alguns
daqueles que têm sido cúmplices com Israel, decidiram falar. A União Europeia
expressou a sua indignação, tendo aparentemente decidido rever as suas relações
com Israel, enquanto Emmanuel Macron se mostrou “indignado”. É muito pouco,
pois estas declarações não são sérias, como vamos verificando todos os dias.
Porém, a situação
de hipocrisia é bem mais grave. Uma pesquisa efectuada na imprensa europeia
mostra como é grande a indiferença perante o massacre a que estão a ser
sujeitos os palestinianos. Apenas o jornal El País e, em menor grau, os jornais
The Guardian, Le Monde, L’Humanité e o Corriere della Sera, noticiam este grave
acontecimento nas suas primeiras páginas. Nos Estados Unidos, tanto o The Washington Post como o The Wall Street Journal se referem ao massacre israelita como um "tragic accident", parecendo desculpabilizar Netanyahu. Tão grave como estas distorções informativas, é o
enorme número de agentes contratados em Portugal como comentadores televisivos, para
justificar a brutalidade do governo de Netanyahu e tudo lhes permitir em nome
da sua luta contra o Hamas.
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