No 77º Festival
de Cinema de Cannes que ontem terminou, o cinema portuguès esteve em destaque
pois o cineasta Miguel Gomes ganhou o Prémio de Melhor Realização com o filme
“Grand Tour” e, outro cineasta de nome Daniel Soares, recebeu uma menção honrosa pela
curta-metragem “Mau por um Momento”. A Palma de Ouro, o mais alto galardão do
festival, foi atribuido ao filme “Anora” do americano Sean Baker.
Não é costume
que o cinema português seja premiado internacionalmente e, por isso, a
comunicação social tratou de elogiar os premiados, coisa a que me associo.
Acontece até que os jornais de referência como o Diário de Notícias, mas
também o Público, publicaram uma
fotografia a cinco colunas do premiado Miguel Gomes na primeira página das suas
edições de hoje. Certamente são critérios editoriais respeitáveis, mas que são
difíceis de atender.
Enquanto arte, negócio ou actividade comercial, o cinema é importante, mas também são importantes outras áreas
em que os portugueses ontem brilharam e aqueles jornais não lhes deram semelhante destaque. Foi
o caso de Bruno Fernandes e Diogo Dallot que venceram a Taça de Inglaterra a
jogar futebol pelo Manchester United, mas também de Vitinha e de Nuno Mendes que
ganharam a Taça de França a alinhar pelo Paris Saint-Germain. Também na
canoagem houve ontem brilho português, pois Fernando Pimenta conquistou a
medalha de ouro na prova de K1 500 metros da Taça do Mundo disputada em
Poznan, na Polónia. Não sei se na Política Internacional, na Arte ou na Ciência se destacaram ontem outros cidadãos portugueses, mas o Miguel Soares (e os seus
patrocinadores) que me desculpem, mas o destaque que os jornais de referência
hoje lhe deram é desproporcionado.
Vá-se lá saber
porquê…
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