terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quem é que acredita nesta gente?

Acabamos de ter a sexta avaliação do Memorando ou programa de ajustamento acordado com a troika em Maio de 2011 e, eufórico, o contabilista-chefe veio dizer que o desempenho tinha sido “um sucesso” e que o programa de ajustamento estava “no bom caminho”, o que revela uma enorme insensibilidade social e um total desconhecimento do que se está a passar no país. É um estado de cegueira quase absoluto e é impressionante que assim seja, porque a implosão social está a acontecer à vista de todos e nem é necessário consultar estatísticas. Os sinais da crise estão à vista e a aprofundar-se. Acumulam-se as dúvidas e as incertezas quanto ao futuro, enquanto o espaço da esperança se reduz.
Hoje o jornal Público confirma a situação crítica que atravessamos e destaca que o início da retoma será muito tímida e só ocorrerá em 2014, recordando que na altura da assinatura do Memorando era previsto para 2014 um crescimento de 2,5%, que depois foi revisto em baixa para 2,1%, a seguir para 1,2% e agora se estima vir a ser de 0,8%. Estes números mostram que as previsões do Governo e dos seus contabilistas continuam sem acertar e a ser muito irrealistas, não merecendo a nossa confiança. A nossa inquietação aumenta perante este cenário.
Há cerca de 3 meses, num intervalo das suas férias na praia da Manta Rota, o nosso primeiro anunciou o fim da recessão para 2013, acrescentando que “estamos mais próximos de vencer a crise e voltar uma das páginas mais negras da história da nossa pátria” e, ainda, que “2013 será o ano da inversão na actividade económica.” É demasiada confusão e muito amadorismo, disfarçados por uma linguagem pseudo-académica. Quem é que acredita nesta gente?

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