segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Saharistan e a ameaça fundamentalista

A edição de Março do Courrier internacional  já está nas bancas e a sua capa é ilustrada com uma imagem bem elucidativa que nos revela que, por vezes, uma imagem vale mais do que mil palavras: um grupo de jihadistas armados cobre de negro uma vasta região sahariana e infiltra-se por diversos países do “Sahel”, isto é, uma “cintura” que vai desde o Atlântico ao mar Vermelho, passando pelo Senegal, Mauritânia, Mali, Niger, Burkina Faso, Níger, o norte da Nigéria, Chade, Sudão, Etiópia, Eritreia, Djibuti e Somália.
Aquela imagem mostra como o "Saharistan" é uma ameaça fundamentalista e está bem próxima do sul da Europa. A revista dedica alguns artigos à situação de decomposição política, económica e social que atravessa o norte de África, incluindo os planaltos do sul da Argélia e da Líbia e a região do Sahel, que tem vindo a ser dominada por jihadistas fanáticos e a escapar ao controlo de quaisquer governos, sobretudo depois da “primavera árabe”.
O Mali estava a caminho de se transformar numa nova Somália ou de ter um regime talibã do modelo afegão, além de se estar a tornar num trampolim para a escalada do islamismo armado ou do islamo-gangsterismo, como também é chamado.
A perspectiva de um “Saharistan” ou de um “Sahelistan”, mais o receio de contágio, fizeram a França intervir militarmente, com base numa resolução da ONU e no apoio de um vasto leque de países. As principais cidades do Mali, como Gao e Tombuctu, já foram libertadas, mas não se espera uma resolução rápida do problema o que constitui uma preocupação para a Europa e, em especial, para os países da margem norte do Mediterrâneo, incluindo a Península Ibérica.

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