O programa Prós e Contras da RTP tratou ontem do tema da reforma das Forças Armadas, colocado na agenda pública pelo MDN ao anunciar cortes nos seus efectivos e orçamentos, sem cuidar primeiro de estudar as possíveis consequências negativas dessas opções. Quis brilhar e cortar, como lhe foi encomendado. Como se as Forças Armadas fossem uma empresa pública em processo de privatização. Ora este anúncio gerou uma "profunda preocupação" relativamente ao seu futuro, por poderem conduzir à sua desarticulação e descaracterização.
A apresentadora do programa escolheu o tema com oportunidade e conseguiu a presença de especialistas altamente qualificados, embora o MDN tivesse rejeitado o convite para o debate, o que foi lamentável.
O programa foi muito esclarecedor e teve intervenções inteligentes, competentes e excelentes, que saúdo vivamente. De homens que andaram na guerra e lutaram contra ditadura. De homens que comandaram e conhecem as Forças Armadas. De homens que pensam o país e o seu enquadramento internacional. De homens que se orgulham da nossa História e que confiam na capacidade do nosso povo. De homens que reagem à irresponsabilidade e à cegueira desta governação. De homens que não compreendem nem aceitam a leviandade das intenções anunciadas.
Nos termos constitucionais, as Forças Armadas são o garante da independência nacional, da unidade do Estado e da integridade do território. São uma instituição estruturante do Estado, um símbolo de unidade e coesão nacional e um factor de credibilidade internacional. Os tempos que hão-de vir são muito complexos e as nossas Forças Armadas têm que estar preparadas para servir os objectivos nacionais, que amanhã podem ser diferentes do que são hoje. Não podem estar sujeitas a estas diatribes de um qualquer aguiar hifen branco, que alterna entre o seu escritório de advogados e o ministério que ocupa, mesmo que seja um patriota de bandeirinha na lapela.
Redimensionar as Forças Armadas? Claro! Reformar as Forças Armadas? Sem dúvida! Deixar as Forças Armadas às ordens de um Ministro das Finanças e de uma troika estrangeira? Nunca!
Ao que isto chegou!
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