Na sua última edição a revista The Economist aborda o complexo problema da Síria e da sua guerra civil, caracterizando a situação como “a morte de um país”, devido ao nível de destruição que está a provocar. Iniciada há cerca de dois anos na sequência da contestação ao regime de Bashar al-Assad, a guerra tem aumentado de intensidade e levou à divisão do país entre as forças governamentais e os grupos rebeldes da oposição mas, segundo The Economist, nenhum dos lados tem a vitória ao seu alcance. A situação humanitária na Síria é cada vez mais dramática e as Nações Unidas calculam que já morreram mais de 70 mil sírios, enquanto o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) estima que haja mais de 860 mil refugiados e que o número de deslocados no interior do próprio país seja muito superior. Por todo o território sírio há milhares de casas, fábricas, escolas e hospitais que foram arrasados e há milhões de sírios privados de comida, electricidade, combustível e telefone. A vida brutalizou-se com a guerra, mas também com disputas que nada têm a ver com a revolta. As duas partes armaram os civis e como disse um comandante, “os meus homens habituaram-se a matar”. Há assassinatos e sequestros frequentes e, como acontece em todas as guerras, os seus actores são todos maus. Como aconteceu na Bósnia, no Iraque e na Líbia. Muitos quadros, médicos, professores e engenheiros abandonaram o país e muitos sírios temem que a guerra só termine quando já não houver ninguém para combater. Como titula The Economist, estamos a assistir à morte de um país e a uma catástrofe humanitária, aparentemente perante a indiferença da comunidade internacional.
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