quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A grande guerra dos licores nacionais

No passado ano de 2013 aconteceu uma pequena guerra jurídica entre dois licores portugueses, protagonizada pelo “velho” Licor Beirão (da Lousã) e o “novíssimo” Licor Nacional (da Anadia). O Licor Beirão nasceu no século XIX e adoptou, desde 1940, o slogan “o licor de Portugal”, enquanto o Licor Nacional foi lançado no mercado pelas Caves da Montanha em 2012.
Perante esta ameaça comercial a empresa do Licor Beirão reagiu e requereu ao Tribunal de Propriedade Intelectual que a nova marca fosse impedida de ser fabricada, engarrafada, distribuída, promovida e vendida, alegando que estavam a ser apropriados os valores nacionais que considerava serem seus, além de que a expressão “licor de Portugal” e o nome Licor Nacional poderiam ser confundidos pelo consumidor. O Tribunal considerou que a expressão "o licor de Portugal” não pode ser considerada de uso exclusivo pelo Licor Beirão, pelo que nada impede que o Licor Nacional utilize expressão igual ou semelhante na composição do seu slogan. A decisão judicial reforça, ainda, que não se verifica qualquer semelhança gráfica, fonética ou outra que induza o consumidor médio de bebidas espirituosas em erro ou confusão entre as marcas Licor Nacional e Licor Beirão.
Com base nesta decisão, o Licor Nacional desencadeou uma campanha publicitária em vários suportes, nomeadamente em cartazes, com uma dimensão como já se não via em Portugal há muito tempo. Segundo a marca, a campanha pretende mostrar que Portugal é feito de coisas boas e escolheu a artista de telenovela Rita Pereira para bem representar esses bons valores, ou seja, para mostrar aos consumidores que o que é português é bom ou “É Daqui”.

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