sábado, 24 de outubro de 2015

Ao qu’isto chegou!!!

Realizou-se em Madrid o congresso do Partido Popular Europeu (PPE), que reuniu os grandes líderes conservadores europeus e no qual estiveram cerca de três mil participantes, incluindo 14 chefes de Estado e de Governo. A análise dos discursos revela que houve uma troca geral de elogios e que a dois meses das eleições espanholas, este congresso foi uma ajuda de que Mariano Rajoy muito precisava para encarar as próximas eleições. As imagens televisivas mostraram algumas personalidades como o valente Nicolas Sarkozy que atacou a Líbia de Kadaffi, o estafado Silvio Berlusconi que se afogou em escândalos e o nosso José Barroso cuja incompetência deixou marcas em Bruxelas.
Angela Merkel esteve lá e, para além de pedir o voto em Mariano nas próximas eleições, exigiu que os portugueses tivessem menos férias e menos licenciados, dizendo ainda esperar que o “companheiro Pedro” possa formar governo. Mariano Rajoy foi mais longe e veio afirmar que “uma coligação de esquerda em Portugal seria negativa para os interesses de todos” e “não respeitaria” a vontade dos portugueses”, acrescentando que “seria a primeira vez na história – desde que a democracia regressou a Portugal – que não governaria o partido que ganhou as eleições”. O diário La Razón deu larga reportagem ao congresso conservador e destacou esses dois líderes em fotografia de primeira página. 
Acontece que todos se deviam preocupar mais com a desagregação da Europa, com a estagnação económica, com o desemprego, com a pobreza e a desigualdade social, com a ascensão das forças anti-democráticas, com os refugiados e a guerra na Síria, com o quadro de terror que se instalou na Líbia e com tantos outros graves problemas que afectam o nosso continente. Isso ficou em segundo plano. Angela Merkel preocupou-se com Portugal quando se devia preocupar com a Volkswagen e Mariano Rajoy preocupou-se com Portugal quando se devia preocupar com a Catalunha.
Aqui, só Manuel Alegre reagiu contra a inadmissível ingerência desta gente na nossa vida interna.
Ao qu’isto chegou!

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