domingo, 4 de março de 2018

Navios naufragados = Património cultural

Realizaram-se recentemente nas águas do estreito de Sunda duas cerimónias de homenagem aos marinheiros - 353 australianos e 693 americanos - que pereceram no afundamento dos cruzadores HMAS Perth e USS Houston, que foram atacados por torpedos japoneses no dia 1 de Março de 1942.
Nessa cerimónia relatada pelo jornal The Jakarta Post, participaram as Marinhas americana, australiana e indónésia para evocar as vítimas desses afundamentos, mas a cerimónia também deu lugar a importantes declarações e compromissos no sentido de serem preservados todos os destroços de navios naufragados que estão assinalados nos mares indonésios. No caso do Perth e do Houston, tem havido incursões não autorizadas de mergulhadores que se têm dedicado ao furto de cobre, de equipamentos e de outros achados de valor histórico e arqueológico. Embora a lei indonésia estabeleça que os objectos, em terra ou no mar, com mais de cinquenta anos e com significado histórico, devam ser classificados de interesse cultural e devam ser protegidos do roubo, não tem havido a necessária acção das autoridades, não só na Indonésia, mas também um pouco por todo o mundo.
O estreito de Sunda separa as ilhas indonésias de Samatra e Java e liga o mar de Java ao oceano Índico, sendo reconhecido como um importante cemitério de navios, não só da 2ª Guerra Mundial mas também, provavelmente, do tempo em que os portugueses navegavam naqueles mares, sobretudo no século XVI, antes de serem afastados pelos holandeses da VOC. A preservação desses locais marinhos e a conservação dos destroços dos navios naufragados, não é apenas uma memória histórica e um património de interesse cultural, mas é também uma fonte essencial para os estudos de arqueologia naval.

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